O presidente da Câmara,
deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), durante entrevista — Foto: GloboNews
O presidente da Câmara,
Rodrigo Maia, defendeu nesta terça-feira (16) que o Congresso comece a
analisar, em no máximo duas semanas, uma proposta de adiamento das eleições
municipais deste ano em razão da crise do coronavírus.
Na manhã desta terça,
parlamentares e especialistas na área de saúde participaram de uma reunião
virtual com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para discutir o adiamento das
eleições.
Maia propõe que o primeiro
turno seja transferido de 4 de outubro para 15 de novembro. O segundo, sugere o
presidente da Câmara, em 6 de dezembro.
"Acho que o presidente
Davi vai conseguir coordenar esse trabalho. O ideal é que se comece em no
máximo duas semanas a votação”, disse Maia nesta terça ao chegar à Câmara.
Ele afirmou que as
discussões podem começar pelo Senado.
“Os líderes participaram da
reunião, ouviram as opiniões de médicos e cientistas, e agora o presidente Davi
vai coordenar esses trabalhos juntos aos partidos no Senado e conosco na
Câmara, para que gente possa iniciar a discussão. Pode ser pelo Senado [o
início], não vejo problema, é a casa da federação, para que se possa ter uma
decisão nas próximas semanas”, declarou.
Maia também disse considerar
positiva uma proposta de aumentar o tempo diário de propaganda eleitoral na TV,
a fim de evitar aglomerações nas campanhas de rua.
"Acho que é uma boa
ideia. Nós vamos ter mais dificuldade, mesmo no momento de queda da curva,
mesmo com a eleição adiada para a queda da curva, de aglomeração, de
proximidade. Talvez ampliar não o prazo da televisão, mas o tempo de televisão
durante o dia. Ou aumentar mais cinco dias a televisão. Talvez seja um caminho
que possa ajudar", afirmou.
Para ele, o impacto da
renúncia fiscal das emissoras de televisão, em caso de ampliação do tempo de
propaganda eleitoral, não "seria nenhum valor absurdo em relação à
importância do eleitor poder conhecer os seus candidatos".
"Quem tem muito tempo
de televisão, quanto menor a eleição, melhor. Quem tem pouco tempo de
televisão, se você prolongar ou aumentar o tempo, proporcionalmente, ele vai
ter mais chance de chegar ao eleitor dele", disse.
O presidente do Tribunal
Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, é favorável à realização da eleição
ainda neste ano, a fim de se evitar prorrogação de mandatos.
"O custo de prorrogar
mandatos é um custo alto numa democracia, sobretudo porque a Constituição veda
uma segunda reeleição, e cerca de 20% dos prefeitos já estão terminando o
segundo mandato", afirmou na noite desta segunda-feira em entrevista ao
programa Roda Viva, da TV Cultura.
Segundo ele, há consenso
entre TSE e presidentes da Câmara e do Senado para se fazer a eleição neste
ano, ainda que com adiamento.
Do Luiz Felipe Barbiéri, Fernanda Calgaro e Elisa Clavery,
G1 e TV Globo
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